Selo comemorativo criado por Jô Oliveira
II FEIRA DO CORDEL BRASILEIRO COMEMORA CINQUENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ARIEVALDO VIANNA
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ascido aos 18 de setembro de 1967, na fazenda Ouro Preto,
município de Madalena (Sertão Central do Ceará), o escritor Arievaldo Vianna
completa este ano 50 anos de idade, 40 dos quais dedicados à poesia e ao
desenho. A data será lembrada na II FEIRA DO CORDEL BRASILEIRO, que acontecerá de 17 a 20 de agosto na CAIXA CULTURAL de Fortaleza.
ARIEVALDO foi criado à luz de lamparina, em contato
permanente com as cacimbas dos saberes do povo Nordestino. Alfabetizado em
meados da década de 1970, graças ao valioso auxílio da Literatura de Cordel, teve como referências o seu pai, Evaldo Lima
e sua avó, Alzira de Sousa Lima, que liam folhetos de cordel em voz alta para ele
e outras crianças da família.
Estreou na imprensa em
1982 no Jornal de Canindé e logo em
seguida passou a publicar os seus trabalhos no Caderno de Domingo do jornal O POVO, de Fortaleza. Em 1986 lançou,
em parceria com o poeta Gonzaga Vieira, um álbum mesclando HQ e Cordel
intitulado “Canindé – Cidade da Fé”, do qual foi feita uma tiragem de 10 mil
exemplares, esgotados em menos de dois anos.
Durante a década de 1980
escreveu vários folhetos, alguns em parceria com Gonzaga Vieira, Pedro Paulo
Paulino, Jota Batista e Sílvio Roberto Santos. Colaborou em diversos jornais e criou,
juntamente com seu irmão Klévisson Vianna e outros colaboradores um fanzine chamado “Tramela”, que circulou
por mais de dois anos.
No final
da década de 1990 lançou uma caixinha de folhetos intitulada Coleção
Cancão de Fogo, sucesso imediato de vendas e de crítica, verdadeiro
ponto de partida para o renascimento desse gênero poético, que estava ameçado
com o fechamento das grandes editoras de cordel. De lá para cá são dezenas de
livros, de temática diversa, e mais de 100 folhetos de cordel já publicados.
Atua também como xilogravador, chargista e ilustrador. Atuou como redator e
consultor do programa “Salto para o futuro”, da TV Escola, numa série sobre
Literatura de Cordel. Participou, ao lado de Dominguinhos, Assis Ângelo e
Sinval Sá, de um documentário da TV Câmara de Brasília, sobre o Centenário de
Luiz Gonzaga.
É
criador do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, lançado pioneiramente em
Canindé, que utiliza a poesia popular como ferramenta paradidática. Tem
percorrido diversos estados brasileiros (quase todos do Nordeste, além de
Tocantins, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul),
onde vem realizando palestras, oficinas e recitais para estudantes, educadores
e amantes da poesia popular nordestina. Foi eleito em 2000 para a cadeira de
número 40 da Academia Brasileira de
Literatura de Cordel, cujo patrono é o poeta João Melchíades Ferreira (1869
– 1933), um dos pioneiros desse gênero, ex-combatente da Guerra de Canudos,
personagem do romance A Pedra do Reino,
de Ariano Suassuna e autor do célebre romance O valente Zé Garcia, considerado por Câmara Cascudo a mais
autêntica descrição do modo de vida do povo nordestino no século XIX. Em 2002
conquistou o premio Domingos Olimpio de Literatura, promovido pela Prefeitura
de Sobral-CE, com uma adaptação do romance Luzia
Homem para o cordel. Teve seu trabalho citado em publicações da Europa,
como as revistas Quadrant e Latitudes, da França. Foi redator e
consultor de uma série de programas sobre Literatura de Cordel exibida pela TV
ESCOLA (Programa Salto para o futuro)
É autor
de mais de 100 folhetos de cordel e tem em cerca de 20 livros publicados, alguns
dos quais adotados pelo MEC através do PNBE (Programa Nacional da Biblioteca
Escolar).
* * *
ARIEVALDO VIANNA já escreveu e publicou cerca de 130 folhetos de cordel e
lançou os seguintes livros:
- Canindé – da lenda à realidade – HQ em cordel, Edição do autor,
1986
- O Baú da Gaiatice – Editora Varal, 1999; (A terceira edição
saiu em 2012, pela Editora Assaré, com tiragem de 3 mil exemplares).
- São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel – Edições
Livro Técnico, 2002;
- A moça que namorou com o bode, HQ em parceria com Klévisson
Viana, prêmio HQ-MIX - 2003;
- Acorda Cordel na Sala de Aula – 2005 – Editoras Tupynanquim e
Queima-Bucha, (a segunda edição, com 5 mil exemplares, saiu em 2010);
- O Pavão Misterioso (Infanto-Juvenil, parceria com JÔ OLIVEIRA)
– Editora IMEPH, 2006;
- A Raposa e o Cancão – (PNBE 2007 – Editora IMEPH) do qual já
foram feitas várias edições;
- O Bicho Folharal – (Editora IMEPH, 2007)
- A ambição de Macbeth e a maldade feminina – Ilustrado por JÔ
OLIVEIRA - (PNBE 2009 - Ed. CORTEZ),
- Padre Cícero, o santo do
povo (Ed. Demócrito Rocha, presente no catálogo da Feira de livros
infanto-juvenis de Bologna-Itália, 2009;
- Dona Baratinha e seu casório atrapalhado
– Projeto Viva Leitura, Edições Demócrito Rocha - 2009;
- João de Calais e sua amada Constança –
Editora FTD – 2010, selecionado para o PNBE 2012.
- Luiz Gonzaga, o Embaixador do Sertão –
Editora Iris, 2011
- Chapeuzinho Vermelho em Cordel – Editora
Globo – 2011.
- O Coelho e o Jabuti – Editora Globo –
2011.
- Lendas do Folclore Brasileiro – Edição
especial feita pelo CORREIOS, 2011.
- O jumento Melindroso desafiando a ciência
– 2012 – Editora Prêmius (texto e ilustrações do autor).
- O Rei do Baião – Do Nordeste para o Mundo
– Editora Planeta Jovem, 2012.
- João Bocó e o Ganso de Ouro – Editora
Globo, 2012
- João Grilo e Cancão de Fogo tecendo a
roupa nova do imperador – Franco Editora, 2012
- O soldadinho de chumbo e a bailarina
dourada em cordel - Franco Editora, 2012
- O tronco do ipê – adaptação do romance de
José de Alencar para o cordel – Editora Armazém da Cultura, 2012
- O crime das três maçãs – Armazém da
Cultura, 2012.
- O beabá do Sertão na voz de Gonzagão,
parceria com Arlene Holanda (Editora Armazém da Cultura), 2013.
- CERVANTES EM CORDEL – Quatro Novelas Exemplares,
parceria com Stélio Torquato, pela editora Folia de Letras, 2014.
- OTHELO, O MOURO DE VENEZA – Editora
Pallas, 2014
- SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO – Editora
Manole, 2014
- ENCONTRO COM A CONSCIÊNCIA – Editora
IMEPH, 2014.
- LEANDRO GOMES DE BARROS – VIDA E OBRA –
Edições Fundação Sintaf/Queima-Bucha
- LUZIA HOMEM (Coleção Clássicos Cearenses
Recontados em Cordel) – 2014.
- SERTÃO EM DESENCANTO – I VOLUME DE
MEMÓRIAS – 2016
- SANTANINHA – UM POETA POPULAR NA CAPITAL
DO IMPÉRIO - Ed. IMEPH, 2017. (Parceria
com Stélio Torquato Lima)
PROJETOS COLETIVOS:
Cantos de Luz – Livro em parceria com
Mestre Azulão, José Costa Leite e Manoel Monteiro – 2004.
Antologia do Cordel Brasileiro – Editora
Global, 2012 - organizada por Marco Haurélio. Texto incluso: “O rico ganancioso
e o pobre abestalhado”
Vozes do Sertão – Organizado por Lenice
Gomes, editora Cortez, 2014. Texto incluso: “O homem que queria enganar a
morte”.
Cordéis Gonzagueanos – Editora IMEPH, org.
Wilson Seraine
OBRAS INÉDITAS:
- Leandro Gomes de Barros – Antologia
comentada
- O besouro e outras histórias (contos)
- O Livro das Crônicas – II Volume de
Memórias
- A mala da cobra – Almanaque Matuto (em
prosa e verso)
- O Afilhado da Virgem ou a Sina do
Enforcado
- O preço da ambição (cordel baseado num
conto de Eça de Queirós)
- Carmélia e Sebastião ou A Justiça Divina
(Em parceria com Evaristo Geraldo)
- João e Maria – Uma versão nordestina
- O sonho do Imperador Carlos Magno
- Artimanhas de João Grilo – Ilustrado por
Jô Oliveira.
II FEIRA DO
CORDEL CORDEL BRASILEIRO
De 17 a 20
de agosto, na CAIXA CULTURAL Fortaleza
Homenageados:
Cego Aderaldo – 50 anos de morte
Aderaldo Ferreira de
Araújo
(* 24 de junho de 1878
+ 29 de junho de 1967)
No dia 29 de julho de
2017, completaram-se 50 anos do desaparecimento daquele que é considerado um
dos mais importantes poetas populares nordestinos, Aderaldo Ferreira de Araújo
- o famoso Cego Aderaldo. Nascido no Crato, veio morar muito jovem na cidade de
Quixadá, depois de ficar órfão de pai, empregando-se na estrada de ferro. Cegou
aos 18 anos. Trabalhava abastecendo uma caldeira, quando tomou um copo de água
fria e os olhos estalaram imediatamente, fazendo com que perdesse a visão pelo
resto da vida. Comprou então seu primeiro instrumento e descobriu que sabia
fazer versos. Achava humilhante ter que pedir esmolas por isso exerceu diversas
profissões: além de cantador foi comerciante e exibia filmes, num cinematógrafo
que lhe fora presenteado por Ademar de Barros, ex-governador de São Paulo.
Gonçalo Ferreira e Marcus Lucenna também estarão nesse evento
Gonçalo Ferreira – 80 anos
Cearense da cidade de
Ipu, o poeta, contista e ensaísta Gonçalo Ferreira da Silva nasceu no dia 20 de
dezembro de 1937. Aos quatorze anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde,
em 1963, publicou, pela Editora da Revista Rural Fluminense, o primeiro livro: Um resto de razão, coletânea de contos
regionais do Nordeste. Em 1978 iniciou a sua produção de literatura de cordel,
quando, ao realizar estudos sobre cultura popular, na Fundação Casa de Rui
Barbosa, conheceu o pesquisador Sebastião Nunes Batista e, em companhia dele,
passou a freqüentar a Feira de São Cristóvão. Muito exigente com a forma, tem
estrofes primorosas em seus mais de 200 trabalhos já publicados. Também
escreveu livros em prosa, um deles uma biografia romanceada do cangaceiro
Lampião.
É fundador e atual
presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, situada no
bairro de Santa Tereza.
Arievaldo Vianna – 50 anos
Arievaldo Vianna Lima
– 18 de setembro de 1967
(VER BIOGRAFIA NO INÍCIO DA MATÉRIA)
Mestre Bule-Bule – 70 anos
Antônio Ribeiro da
Conceição, 22 de outubro de 1947
Um dos mestres da
cultura popular nordestina mais renomados do Brasil. Antônio Ribeiro da
Conceição, nome artístico Bule-Bule, nascido em 22 de outubro de 1947, na
Cidade de Antônio Cardoso no Estado da Bahia, vem de uma região onde as
influências culturais do sertão e do recôncavo baiano se misturam e
contribuíram decisivamente para o arcabouço artístico deste grande poeta. Esta
figura emblemática da cultura popular, também é um excelente cordelista, com
mais de 100 títulos publicados, um exímio sambador e tiraneiro, e um forrozeiro
de grande valor, tendo todas estas virtudes comprovadas em seus oito discos e
dois DVDs gravados em mais de 45 anos de carreira.
Ao longo da sua
trajetória Bule-Bule fez shows e concedeu palestras nos quatro cantos deste
Brasil e do mundo. Já dividiu o palco com figuras renomadas como Gilberto Gil,
Beth Carvalho, Gabriel o Pensador e Tom Zé, ou em apresentações nos Estados
Unidos, na Alemanha, na Espanha e em Portugal. Em 2008 Bule Bule foi
condecorado com a maior premiação brasileira para a Cultura, a Ordem do Mérito
Cultural, do Ministério da Cultura.
Zé Maria de Fortaleza – 60 anos de viola
José Maria do
Nascimento, 7 de agosto de 1945
Zé Maria de Fortaleza
é o nome artístico de José Maria do Nascimento, nascido em Aracoiaba-CE, em 7
de agosto de 1945. É cantador, repentista, músico, ator e cordelista. Membro da
Academia Brasileira da Literatura de Cordel (ABLC), cadeira nº 24, que tem como
patrono o poeta Francisco Sales Areda. Vice-presidente da Academia Brasileira
de Cordel (ABC), filiado à Ordem dos Músicos do Brasil, à União dos
Compositores Cearenses (UCC), à Associação dos Cantadores do Nordeste (ACN), à
Sociedade dos Amigos da Arte (SOAMA), e vice-presidente da Associação de
Escritores Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará (AESTROFE). Cursou
Teoria Musical no Conservatório de Música Alberto Nepomuceno; recebeu
certificado dos cursos Influência afro na cultura brasileira e História da
música popular brasileira.
Vem há muitos anos
ministrando cursos, palestras e oficinas sobre a literatura de cordel, em
vários estados brasileiros. Tem dezenas de cordéis publicados e 3 livros:
Gramática em cordel (Editora IMEPH), A lenda do vaga-lume (Escala Educacional –
SP), Fragmentos da literatura popular cearense, em parceria com Dr. Antônio
Ferreira. Zé Maria tem ainda 10 CDs gravados e 3 DVDs. Apresenta semanalmente o
programa Canta Brasil, na Rádio Cidade-AM, 860, em Fortaleza-CE.
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