sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A LIRA DO POETA EXPEDITO


SÉRIE PATRIARCAS DO CORDEL
EXPEDITO SEBASTIÃO DA SILVA



Hoje, 20 de janeiro de 2017, seria o aniversário de 89 anos do poeta Expedito Sebastião da Silva, um dos maiores expoentes da Literatura de Cordel no Ceará. 


Recentemente, o escritor Gilmar de Carvalho trouxe à lume mais uma importante contribuição para a história do cordel no Ceará, o livro 'A lira do poeta Expedito', onde trata da vida e obra de um dos maiores expoentes do gênero, Expedito Sebastião da Silva, que teve a vida inteira dedicada à lendária Tipografia São Francisco, de José Bernardo da Silva, rebatizada Lira Nordestina por sugestão de Patativa do Assaré.  Um dos aspectos mais interessantes da obra é o resgate de nove folhetos inéditos do autor, cujos direitos autorais foram negociados com o poeta Abraão Batista, grande amigo de Expedito. Interessados em adquirir a obra poderão entrar em contato conosco através do e-mail acordacordel@hotmail.com.  O livro de 176 páginas custa R$ 20,00 + despesas postais.




TRAÇOS BIOGRÁFICOS DO POETA 
EXPEDITO SEBASTIÃO DA SILVA

Por: Arievaldo Vianna

Expedito Sebastião da Silva nasceu em Juazeiro do Norte-CE, em 20 de janeiro de 1928 (dia de São Sebastião) e viveu toda a sua vida na Meca do Cariri, até falecer no dia 8 de agosto de 1997. Era filho de pais alagoanos, romeiros do Padre Cícero que se fixaram em Juazeiro do Norte nas primeiras décadas do século passado.
Além de bom poeta, foi tipógrafo e revisor da gráfica de José Bernardo da Silva, tendo assumido, com a morte deste, a gerência da Tipografia São Francisco, rebatizada nos anos 70 como Literatura de Cordel José Bernardo da Silva e posteriormente como Lira Nordestina, denominação que permanece até hoje.
De origem camponesa, conseguiu frequentar a escola, chegando a concluir a quarta série ginasial. Durante os anos escolares começou a rascunhar seus primeiros poemas, o que acabou chamando a atenção de José Bernardo da Silva, o grande editor de Juazeiro. Seu primeiro folheto, intitulado “A moça que depois de morta dançou em São Paulo”,  data de 1948. Por essa época, o chefe da oficina tipográfica era o poeta e xilógrafo Damásio Paulo da Silva, que incentiva o jovem Expedito a continuar produzindo. Cuidadoso com a rima e, principalmente, com a métrica, Expedito costumava a revisar a obra de outros poetas que imprimiam seus folhetos na “Lira”. Chegou a receber elogios de Patativa do Assaré, que o comparou ao lendário João Martins de Athayde. Seu romance Suplício de um condenado, um de seus folhetos mais conhecidos, denota essa influência herdada do mestre de Ingá do Bacamarte.
Nos últimos anos de sua existência, Expedito mostrava-se triste com a visível decadência da literatura de cordel e da Lira Nordestina, empresa à qual dedicou toda a sua vida.  A Lira continua decadente, mas o cordel ganhou um novo alento com o surgimento de novas editoras como a Coqueiro, de Recife, a Queima-Bucha, de Mossoró e a Tupynanquim, de Fortaleza.
Na opinião do pesquisador Marco Haurélio, “foi um poeta imaginoso e de versificação correta. Expedito Sebastião da Silva foi para a Tipografia são Francisco o que Delarme Monteiro foi para a gráfica de Athayde ou que Manoel D'Almeida representou, mesmo à distância, para a Luzeiro. ou seja, a cabeça poética”.



Dentre as obras de Expedito Sebastião da Silva, destacamos as seguintes:

- A Bruxa da Meia-Noite ou o Reino da Maldição
- A marcha dos cabeludos e os usos de hoje em dia
- A opinião dos romeiros sobre a canonização do Padre Cícero
- Adriano e Joaninha
- As aventuras de Lulu na capital de São Paulo
- As diabruras de Pedro Malazartes
- Cacilda e Leôncio
- Calvário de uma mãe (ou O amor de Albertina)
- Em defesa do Padre Cícero – O Apóstolo do Nordeste
- Estória de Paulino e Madalena
- História de São Pedro e o homem orgulhoso
- O lobo do Amazonas ou Lindomar e Jacira
- O negrão do Pajeú
- O prêmio da inocência
- O Sesquicentenário do Padre Cícero Romão Batista
- O Mártires da Santa Fé ou Delmiro e Dorotéia
-  Os milagres do Padre Cícero
- Retirada?
- Suplício de um condenado
- Trechos da vida completa de Lampião.



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