sexta-feira, 19 de setembro de 2014

CORDEL NOS PAMPAS


Arievaldo Viana ministra oficina Cordel 

na sala de aula na Feira do Livro


Escritor, poeta popular, radialista, ilustrador, chargista e xilogravador, o cearense Arievaldo Viana ministrará na 60ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre a oficinaCordel na sala de aula, no dia 13 de novembro, às 18h, na Sala de Vídeo.
Viana, que já escreveu mais de 100 livretos de cordel e publicou, como autor e ilustrador, cerca de 30 obras – sendo cinco lançadas em 2014 –, trará para a Feira as experiências do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, a partir do livro homônimo de 2005Em pauta, as origens de cordel, suas modalidades, principais expoentes e regras básicas. “Tudo isso com  interatividade 
com
 o público e, no final, faço uma aula-espetáculo declamando alguns clássicos do gênero”, explica o cordelista.
Criado em 2002 em Canindé, no Ceará, o projeto propõe a utilização da poesia popular como ferramenta auxiliar na educação, através de oficinas de capacitação para professores e de cursos de iniciação à Literatura de Cordel para educadores e estudantes, assim como de estudos a partir da linguagem e informações diversas contidas nos folhetos.
O crescente interesse pela Literatura de Cordel pode ser medido pelo avanço do projeto em outras cidades cearenses, assim como em outros estados, e pela participação do autor em evento literários em todo o Brasil. Em 2014, Viana virá para a Feira do Livro pela terceira vez.
Segundo ele, um ponto alto  das participações anteriores foi o lançamento de alguns folhetos pela editora Corag, com adaptações de contos de Simões Lopes Neto para o cordel, além do Estatuto do Idoso e do Estatuto da Criança e do Adolescente nesse formato. “Gosto muito da receptividade do povo de Porto Alegre e da forma como a Feira [na Área Infantil e Juvenil] vem sendo organizada pela Sônia Zanchetta e toda a sua equipe. Espero dar continuidade ao meu projeto editorial nas editoras do Rio Grande Sul, pois sou fascinado pela cultura gaúcha e, principalmente, pelos livros do escritor Simões Lopes Neto, que tenho adaptado para o cordel”, conta.

A atividade integra a programação do ciclo A Hora do EducadorAs inscrições podem ser feitas pelo e-mail visitacaoescolar@camaradolivro.com.br. É necessário informar nome completo, profissão, e-mail e telefones.

VER MATÉRIA COMPLETA AQUI: www.feiradolivro-poa.com.br/noticias/arievaldo-viana-ministra-oficina-cordel-na-sala-de-aula-na-feira-do-livro

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Influências Ibéricas no Cordel

A LENDA DE PEDRO CEM


VIDA DE PEDRO-SEM. Historia de seu orgulho, crimes, castigo e arrependimento, [ANÓNIMO], Lisboa, Livraria e Typographia de F.[Francisco] Silva, s.d., s.i., 16 pags

Há quem negue e arrenegue influências da trova ibérica na Literatura de Cordel brasileira, mas as evidências são tantas que até as imagens falam por si. Há pesquisadores que afirmam que esse formato dos folhetos de feira (uma folha tamanho ofício dobrada em quatro partes e essas capinhas coloridas, nas cores rosa, verde, azul e amarelo) são invenções genuinamente nordestinas, nascidas nas tipografias e folhetarias da nossa Região. Mas, como prega o Eclesiastes, "nada é novo sob o sol..." 
Outros teimam que os folhetos portugueses eram, em sua maioria, em prosa ou em quadras. Já vi folhetos portugueses com sextilhas, décimas, motes etc. mostrando que embora a Literatura de Cordel nordestina tenha identidade própria, tanto visual quanto na forma literária, é inegável que bebemos na fonte lusitana, como prova a história a seguir, versada magistralmente em sextilhas pelo paraibano Leandro Gomes de Barros. (A. V.)


* * *

"Diz a lenda popular que Pedro Pedrossem da Silva, rico mercador da Companhia dos Vinhos e juiz, terá caído na ruína por haver desafiado Deus. Ao ver os seus navios entrar na barra do rio Douro, e proferindo com soberba Agora, mesmo Deus querendo, eu não posso ficar pobre!, uma tempestade ter-se-á abatido sobre a frota, tudo ele perdendo, lançando-o na mendicidade o resto da vida. Ao que diz também a lenda, passou ele a estender a mão à caridade com a seguinte frase: Esmola para Pedro Sem, que tudo teve e nada tem.

Uma torre de observação mandada construir no Porto por D. João III, em 1542, e ainda hoje visível na Rua da Boa Nova, determina o local dos acontecimentos, do mesmo modo que a literatura de cordel, muito dada a desgraças e jocosidades, veio sedimentar-lhe a reputação, pois algum fundo de verdade estará na sua origem. Embora o vertente folheto com data de feitura incerta, mas no século XX, nos chegue anónimo na autoria, é de Rafael Augusto de Sousa, na primeira metade do século XIX, a mais antiga versão escrita conhecida.



* * *

“E foi assim que ouvi a história de Pedro Sem:
Era um agiota muito rico, que vivia naquela torre, lá ao fundo da rua, com a filha de um senhor que lhe tinha pedido dinheiro emprestado e, quando não pôde pagar, ele ficou-lhe com a filha que, coitada, tinha de pagar pela dívida do pai. Tinha o avarento muitos barcos, que iam à Índia e aos Brasis, e ele ia ao alto da torre para, por um óculo, os ver chegar à Foz do Douro. E, em certa tarde de sol, viu chegar a sua frota, carregadinha, e, muito contente, exclamou, enquanto os barcos demandavam o canal do rio: “– Agora nem Deus!”
Só que, naquele tempo, Deus ouvia tudo o que se dizia cá em baixo e despencou uma terrível tempestade que fez naufragar todos os barcos, ao mesmo tempo que um raio veio incendiar o recheio da torre, só dando tempo a que a jovem fugisse para casa de seus pais; e o avaro mais os criados vieram para a rua tentar debelar o incêndio, o que não conseguiram. Só ficaram com as roupas no corpo. Dinheiro, papéis de dívida, de crédito, jóias, enfim, nada ficou para testemunhar o prestígio de outrora e o velho, sem nunca ter dado nada a ninguém, olhava para as paredes da torre e via-se obrigado a esmolar, dizendo: “Dai alguma coisa ao Pedro Sem, que teve muito e agora não tem!”

Júlio Couto, “Isto do Pedro Sem...”, in Nuno Pignatelli, Lenda de Pedro Cem, Porto, Campo
das Letras, 2007.

Leandro Gomes de Barros (Paraíba, 1865 – Recife, 1918) foi primoroso em quase tudo o que escreveu. Suas adaptações do “Livro de Carlos Magno e os Doze Pares de França” são primorosas, o mesmo ocorrendo com a Donzela Teodora e a História de Pedro Cem. A seguir, algumas estrofes de abertura do cordel de mestre Leandro:



A VIDA DE PEDRO CEM
Leandro Gomes de Barros

Vou narrar agora um fato
Que há cinco séculos se deu
De um grande capitalista
Do continente europeu
Fortuna como aquela
Ainda não apareceu

Pedro Cem era o mais rico
Que nasceu em Portugal
Sua fama enchia o mundo
Seu nome andava em geral
Não casou-se com rainha
Por não ter sangue real

Em prédios, dinheiro e bens
Era o mais rico que havia
Nunca deveu a ninguém
Todo mundo lhe devia
Balanço em sua fortuna
Querendo dar não podia

Em cada rua ele tinha
Cem casas para alugar
Tinha cem botes no porto
E cem navios no mar
Cem lanchas e cem barcaças
Tudo isso a navegar

Tinha cem fábricas de vinho
E cem alfaiatarias
Cem depósitos de fazenda
Cem moinhos, cem padarias
E tinha dentro do mar
Cem currais de pescaria

Em cada país do mundo
Possuía cem sobrados
Em cada banco ele tinha
Cem contos depositados
Ocupavam mensalmente
Dezesseis mil empregados

Diz a história onde li
O todo desse passado
Que Pedro Cem nunca deu
Uma esmola a um desgraçado
Não olhava para um pobre
Nem falava com criado

Uma noite ele sonhou
Que um rapaz lhe avisava
Que aquele orgulho dele
Era quem o castigava
Aquela grande fortuna
Assim como veio, voltava

Ele acordou agitado
Pelo sonho que tinha tido,
Que rapaz seria aquele
Que lhe tinha aparecido?
Depois pensou: — Ora, sonho
É ilusão do sentido!

Um dia no meio da praça
Ele uma moça encontrou
Essa vinha quase nua
Nos seus pés se ajoelhou
Dizendo: — Senhor, olhai
O estado em que estou...

Ele torceu para um lado
E disse: — Minha senhora,
Olhe a sua posição
E veja o que fez agora.
Reconheça o seu lugar,
Levante-se e vá embora!

— Oh! Senhor! Por este sol,
Que de tão alto flutua,
Lembrai-vos que tenho fome
Estou aqui quase nua
Sou obrigada a passar
Nesse estado em plena rua!

Ele repleto de orgulho
Nem deu ouvido, saiu
E a pobre ergueu-se chorando
Chegou adiante, caiu
Vinha passando uma dama
Que com seu mato a cobriu

Era a marquesa de Évora
Uma alma lapidada.
Tirando seu rico manto
Cobriu essa desgraçada
Ela conheceu que a pobre,
Foi pela fome prostrada.

Levante-se, minha filha!
E pegou-lhe pela mão,
Dizendo à criada dela:
— Vá ali comprar um pão
Que a essa pobre infeliz,
Faltou-lhe alimentação.

Entregando-lhe uma bolsa
Com 42 mil réis,
Apenas tirou dali
Um diploma e uns papéis,
Não consentindo que a moça
Se ajoelhasse a seus pés.

E com aquela quantia
Ela comprou um tear
Tinha mais duas irmãs
Foram as três trabalhar
Dali em diante mais nunca
Faltou-lhe com que passar.

Vamos agora tratar
Pedro Cem como ficou
E o nervoso que sentia
Uma noite em que sonhou
Que um homem lhe apareceu
Disse: — Olhe bem quem sou!

— Que tens feito do dinheiro,
Que me tomaste emprestado?
Meu senhor manda saber
Em que o tens empregado
E por qual razão não cumpre
As ordens que ele tem dado...

Ele perguntou no sono:
Mas que dinheiro tomei?
Até aos próprios monarcas
Dinheiro muito emprestei;
O vulto zombando dele
Disse: Que tu és eu sei.

— Que capital tinha tu
Quando chegaste ao mundo?
Chegaste nu e descalço
Como o bicho mais imundo
Hoje queres ser tão nobre
Sendo um simples vagabundo.

E metendo a mão no bolso
Tirou dele uma mochila
Dizendo: é essa a fortuna
Que tu hás de possuí-la
Farás dela profissão
Pedindo de vila em vila.

Pedro Cem zombando disse:
— Vai agoureira, te some
Tua presença me perturba,
Tua frase me consome,
De qual mundo tu vieste?
Diz-me por favor teu nome?!

— Meu nome, disse-lhe o vulto,
És indigno de saber,
Meu grande superior
Proibiu-me de dizer
Apenas faço o serviço
Que ele mandou fazer.

Despertando Pedro Cem
Daquilo contrariado;
Ter dois sonhos quase iguais
Ficou impressionado,
Resolveu contrafazer
E ficar reconcentrado.

Pensou em tirar por ano
Daquela grande riqueza
Sessenta contos de réis
E dar de esmola a pobreza
Depois, refletindo, disse:
Não se dá maior fraqueza.

(...)


Sobre a LENDA DE PEDRO CEM, existe esse maravilhoso de Carlos Nogueira, disponível na internet: http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/documentos/ot_pedrocem_a.pdf

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ACORDA CORDEL



Projeto do escritor Arievaldo Viana encanta 
alunos do Norte ao Sudeste do Brasil

Por: Pedro Paulo Paulino*


A Literatura de Cordel está reconquistando seu espaço nos mais diversos setores, com visibilidade na mídia e reconhecimento nacional e até internacional. O sucesso que esse gênero de literatura popular está atingindo deve-se principalmente a um movimento de ressuscitação do Cordel empreendido por artistas talentosos e dedicados que não medem esforços para mostrar ao público o valor da arte nordestina. Percebendo que a poesia popular tem uma densidade muito forte, não só em sua vasta temática mas como tradutora e guardiã fiel da nossa cultura, o cordelista Arievaldo Viana Lima foi um dos pioneiros a levantar a bandeira de reabilitação do Cordel que a cada dia se torna mais à mostra na simpatia do público.

O seu trabalho mais recente introduz o Cordel em um setor bem especial: a educação. Segundo Ari, no passado os estudantes da zona rural tinham contato com a leitura unicamente através dos folhetos comprados nas feiras das pequenas cidades. “Minhas primeiras leituras foram os ‘versos’ que eu lia para mim e para uma platéia que vibrava com as histórias de amor, de bravura, de gracejo, dos melhores autores, como Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athayde, José Pacheco e muitos outros”, diz Arievaldo, referindo-se à sua infância na Fazendo Ouro Preto, em Quixeramobim, Ceará.

Partindo dessa constatação, ele caiu em campo e produziu agora um dos melhores trabalhos didádicos sobre o tema, o livro “Acorda Cordel na Sala de Aula”, publicado em parceria pelas editoras Tupynanquim e Queima Bucha, lançado no dia 05 de maio no espaço da livraria Livro Técnico, no Centro Dragão do Mar de Fortaleza. O trabalho, segundo o autor, está direcionado especialmente aos estudantes, e pode ser utilizado como ferramenta paradidática na alfabetização de crianças, jovens e adultos, pois traz explicações claras a respeito das técnicas do Cordel, versificação, rima, métrica, estrofes, modalidades, origens do Cordel e exercícios e atividades escolares baseados nessa literatura. A obra, ricamente ilustrada com reprodução de capas dos folhetos e xilogravuras dos melhores mestres, traz também biografia e antologia dos autores mais consagrados do gênero. “As experiências obtidas em cidades como Campina Grande-PB, Palmas-TO e Canindé-CE nos autorizam a afirmar que a receptividade entre os alunos é excelente, sobretudo em atividades como leitura em grupo e elaboração de novos folhetos entre os próprios estudantes”, explica. O livro acompanha ainda uma caixa contendo 12 folhetos de vários autores, inclusive canindeenses como Gonzaga Vieira e o próprio Arievaldo. 



O autor informa que em Londrina-PR, o Cordel está sendo trabalhado há mais de um ano pela profª. Bruna Scrivanti e na cidade de Palmas-TO, vem tendo grande destaque graças ao prof. Milton Félix, que participou de oficina realizada em setembro do ano passado, naquela capital. O projeto ACORDA CORDEL já foi destaque na imprensa nacional, com reportagens nas revistas Época e Palavra. Ainda este mês, segundo Ari, a revista Nossa História deverá trazer uma matéria sobre o Projeto Acorda Cordel. O próximo lançamento do livro será no dia 09 de junho em Mossoró-RN, a convite da Sociedade Brasileira de Estudo do Cangaço (SBEC).


Zé Maria de Fortaleza, Mestre Azulão, Arievaldo Vianna e Geraldo Amâncio


O BE-A-BÁ VERDADEIRO


Uma avaliação recente do Ministério da Educação e Cultura (MEC), sobre as metodologias de ensino adotadas nas escolas, chegou a uma conclusão: é preciso mudar. Atualmente, mais de 60% das escolas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, usa o método construtivista, criado pelo suíço Jean Piaget, no qual o professor mostra à criança um livro e a faz interessar-se pela história por meio de imagens. Ela é incentivada, inclusive, a adivinhar o enredo. Já pelo método fônico, o professor ensina o som de uma letra (B) e suas variações silábicas (BA, BE, BI, BO,BU). Pois agora o MEC reconhece que este é o método mais eficaz na alfabetização. Ora, através do método fônico um sem-número de gerações, inclusive a minha, alfabetizou-se, principalmente nas escolas informais da zona rural, pelas mãos da dedicada “professorinha que ensinou o bê-a-bá”, como disse Ataulfo Alves. E não resta dúvida que a alfabetização por meio desse método, além de direta, fixa muito mais a eufonia das palavras no ouvido do aluno, abrevia o aprendizado da leitura e ajuda a melhorar a ortografia, tão sofrível nos dias de hoje. Em nossas séries iniciais, numa dessas escolinhas domésticas do interior, aprendi, assim como o poeta Arievaldo, a ler e a escrever ouvindo e acompanhando a nossa mestra na soletração das palavras. Até mesmo uma cultura gráfica era desenvolvida naquele tipo de escola, pois se aprendia a rigor a desenhar cada letra - a mão da professora segurando a mão do aluno. Resultado era uma caligrafia artisticamente clara. Também meus primeiros livros foram os folhetos de Cordel, que os lia cheio de encantamento e expectativa. O Cordel estva atrelado à minha rotina escolar na infância. Era interessante, empolgava, remetia a temas épicos ou presentes no meu habitat. Era uma extensão da nossa cartilha. E talvez não é à toa que o seu formato padrão é o mesma da antiga Carta de ABC e da Tabuada na qual se aprendia aritmética e rudimentos da matemática. O escritor Arievaldo Viana teve um desses raros lampejos de inspiração ao conceber o Projeto Acorda Cordel na Sala de Aula. Seu trabalho é tão substancial e atraente que à primeira vista prende a atenção e o interesse do leitor, especialmente do aluno. Não pude esconder o contentamento quando chegou às minhas mãos o exemplar do seu livro Acorda Cordel. Ao mesmo tempo, senti um profundo pesar íntimo, pois gostaria de ter recebido o seu belo livro na minha infância, quando aluno da minha primeira professora, Susana Viana, na Escolinha Particular de Vila Campos (Canindé-CE).





* Pedro Paulo Paulino, cearense de Canindé, é jornalista e poeta popular. (Artigo publicado no Jornal DE MÃO EM MÃO, edição nº 100)

Fonte: www.acordacordel.blogspot.com.br

domingo, 7 de setembro de 2014

TRAGÉDIAS NO CORDEL



Tragédias, incêndios, inundações, crimes bárbaros, desaparecimento de crianças, morte de políticos e outras pessoas famosas são temas frequentes na Literatura de Cordel. O suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, por exemplo, desencadeou o surgimento de um 'ciclo' no cordel, sendo que o poeta Delarme Monteiro, por exemplo, vendeu mais de 50 mil exemplares de um folheto com essa temática em menos de uma semana! FranciscoSales Arêda foi outro que também bateu recordes de vendagem versando sobre a morte de Getúlio. O escritor Orígenes Lessa publicou um alentado estudo intitulado "Getúlio Vargas na Literatura de Cordel", onde analisa vários folhetos que tratam de seu desaparecimento.


A morte de Getúlio - cordel de F. Sales Areda

José Soares, o Poeta Repórter era um aficionado pelo gênero. Seu filho, Marcelo Soares, também poeta e xilogravador, recorda que o pai já tinha pronto, em casa, o necrológio de um monte de gente famosa e quando o cara morria, ele só tinha o trabalho de acrescentar cinco ou seis estrofes falando da data, local e circunstâncias do desaparecimento do figurão. A morte do presidenciável  Eduardo Campos (que resultou no 'fenômeno' Marina Silva) é um bom exemplo de que o povo brasileiro gosta de tragédias. O Cordel apenas embarca num filão que está no paladar das massas.


Getúlio em xilogravura de J. Victor



Os poetas pernambucanos Davi Teixeira e Meca Moreno fazem homenagem a Eduardo Campos em literatura de cordel. O título traz, em versos e rimas, a trajetória até então presidenciável, que logo cedo entrou para a política e tornou-se um grande nome na política nacional. Eduardo governou pernambuco em dois mandatos e deixou o cargo para concorrer as eleições presidenciais de 2014.
A seguir algumas estrofes do cordel.
(…)
Para um plano de governo
Ao povo então consultava
Ele muito confiante
Suas sugestões gravava
Para agregar à campanha
Numa conquista tamanha
Ao lado do povo estava
Mas o destino não quis
Mudando então sua sina
E numa fatalidade
A sua vida termina
E com mais seis companheiros
E amigos verdadeiros
Talvez por ordem divina
Numa grande coincidência
Deu-se o acontecimento
No dia treze de agosto
Deu-se o seu falecimento
Seu avô no mesmo dia
Há nove anos partia
Só posso dizer: – lamento.
(…)

CLÁSSICOS EM CORDEL

Livros de Arievaldo Viana publicados pela FRANCO EDITORA, de Minas Gerais.


A OBRA DE ANDERSEN EM CORDEL

Através da FRANCO EDITORA, de Minas Gerais, poeta e ilustrador cearense Arievaldo Vianna vem lançando uma série de adaptações em CORDEL da obra do escritor dinamarquês Hans Christhian Andersen, dentre elas os livros O PATINHO FEIO, O SOLDADINHO DE CHUMBO E A BAILARINA DOURADA e JOÃO GRILO E CANCÃO DE FOGO TECENDO A ROUPA NOVA DO IMPERADOR.

João Grilo tecendo a roupa nova do imperador

Autor e ilustrador: Arievaldo Viana
João Grilo e Cancão de Fogo, dois astutos trapaceiros, fazendo-se passar por alfaiates, convenceram determinado imperador de que poderiam fazer uma roupa muito bonita e cara, mas apenas as pessoas muito inteligentes conseguiriam vê-la. Fingindo tecer fios invisíveis, os dois trapaceiros receberam baús cheios de riqueza... Até que, um dia, um menino desmascarou a farsa dos bandidos.

FRANCO EDITORA
ISBN: 978-85-7671-109-4
Nº páginas: 20
Formato: 17x25 cm
Idade: 7 a 10 anos




Ilustrações de Arievaldo Viana para o próximo lançamento da coleção:
O PATINHO FEIO EM CORDEL

O Patinho Feio

Publicado pela primeira vez em 11 de novembro de 1843, O Patinho Feio é o conto de Andersen que mais se aproxima de uma autobiografia, na visão de pesquisadores de sua obra. Ao longo de sua vida, o escritor foi menosprezado por sua fisionomia dita "excêntrica".
A fábula aborda a história de um pato cuja aparência destoa dos demais irmãos. Um dia, cansado da humilhação sofrida por ser considerado feito e inapto, ele foge do ninho e para em diversos lugares durante jornada -
sempre escorraçado, no entanto. Por fim, uma família de camponeses o acolhe durante o inverno, mas ele logo é expulso pelo gato doméstico. Desolado, o patinho segue até um lago encontra alguns cisnes, reconhecendo assim sua verdadeira espécie. As questões sobre autoimagem e relações sociais são muito atuais na abordagem psicológica da infância. (Vida e Arte | O Povo)








segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Ilustrações Arievaldo Viana

PARTE II



Maria Bonita - ilustração feita em nanquim sobre papel e colorida
com a ajuda do "corel photo paint".


CONTATO PROFISSIONAL:  acordacordel@ig.com.br